Por Daniel Accioly
O terceiro dia do festival Rock In Rio 2013 foi marcado por uma pegada mais soft. No palco Sunset, a parceria entre Nando Reis e Samuel Rosa rendeu um momento simpático, ancorado pelo verdadeiro arsenal de hits do cantor, ex-Titãs. Com isso, o público se rendeu, com direito a pedido de bis, não atendido pela dupla.
O encontro entre George Benson e Ivan Lins, reeditando a parceria de 1985, também merece destaque. Para um público de mais idade, a dupla mostrou grande entrosamento e emoção.
No palco Mundo, os trabalhos foram iniciados pelo Jota Quest, num show que agradou, de forma geral. O vocalista citou os protestos no Brasil, enrolado na bandeira nacional, em “Planeta dos macacos”. Durante o show, Flausino mencionou a “macacada indignada do Rio”. Mas o ponto alto da apresentação foi quando Lulu Santos, de surpresa, subiu ao palco para cantar “Tempos modernos” junto com a banda. Lulu foi atração do palco principal do Rock in Rio apenas na primeira edição, de 1985. Sabia decisão do Jota Quest.
Jessie J entrou em seguida, e suou para manter a plateia no controle. A falta de hits e as proporções da noite ao mesmo tempo potencializaram o que a cantora tinha a mostrar e traziam permanentemente a dúvida sobre como seria o saldo. É preciso dar a Jessie J o crédito por reconhecer certa fraqueza de seu repertório e resolver turbiná-lo com covers. Adepta das baladas emotivas, emenda “I don’t wanna miss a thing” (Aerosmith) e “Who you are”. Passou na prova.
Alicia Keys fez um show romântico e intimista, algo arriscado ao se pensar em uma plateia tão festiva, mas que funcionou bem. Sua desenvoltura nos vocais e na execução do piano, além de excelente banda, E com ajuda de Maria Gadú, na canção Fallin’, Alicia caiu no gosto da plateia, muito provavelmente mais pela parceria com um artista nacional do que propriamente pelo desempenho da mesma, morno, mas não comprometedor.
Municiado de violão, de camisa branca e chapéu fedora, Justin Timberlake subiu ao Palco Mundo com quase quarenta minutos de atraso. Justin optou por fazer um apanhado geral de sua carreira, deixando de lado canções do recente trabalho 20/20. Mas isso não tirou o brilho de sua apresentação. Além de repertório bem equilibrado, mesmo que o setlist fosse capenga, Justin compensaria com seu extremo carisma e talento em coreografias que o colocam em um patamar superior dentro de seu gênero nos dias de hoje. Foi o grande nome de um dia soft do festival, que dá uma pausa e volta no dia 19.
Com informações de Terra, G1, Ig e Estadão